terça-feira, 14 de julho de 2015

"A Vida Secreta dos Intestinos" - parte II

A leitura não é enjoativa. Prometo!

Excerto de uma entrevista a Giulia Enders


"O órgão também precisa de ser mais discutido entre a comunidade científica?
Sim, mas felizmente estamos a chegar a esse ponto. Alguns médicos percebem agora a questão dos probióticos. No que diz respeito às crianças, pode ser muito saudável tentar que elas consumam os probióticos em vez de tomar medicação que possa ter efeitos secundários. Mas o mesmo se passa com pessoas mais velhas com problemas de digestão — é bom que os probióticos estejam a chegar cada vez mais aos consultórios dos médicos. E é importante que se faça mais pesquisa sobre o assunto.
Quando diz probióticos…
Probióticos são bactérias vivas que, estando nos intestinos, trazem benefícios à nossa saúde. Podem estar na comida que ingerimos, especialmente na comida fermentada — fermentar a comida é, na verdade, uma das coisas mais antigas que os humanos fazem para preservar os alimentos e, apesar de termos todas estas tecnologias, continua a ser a forma mais saudável de o fazer. Os probióticos são realmente bons para nós. Usámo-los durante anos e deixámos de os usar há algumas décadas, numa altura em que começaram a surgir algumas doenças da civilização.
Apesar de serem subestimados, os intestinos são um órgão capaz de nos influenciar a vários níveis. Como assim?


Os micróbios dos intestinos, segundo se pensa, são importantes em algumas áreas. Uma delas está relacionada com o metabolismo. Percebeu-se que havia diferentes tipos de floras intestinais. Pessoas que eram obesas tinham certos tipos de bactérias ou tinham menos diversidade — podemos dizer que tinham um intestino mais limpo, mas na verdade apenas era menos diverso e isso fazia com que ficassem mais vulneráveis a doenças metabólicas, como diabetes e elevada pressão arterial. Todas essas coisas ainda estão a ser investigadas.
A segunda parte a ter em conta é que os intestinos podem influenciar o nosso sentido de humor. Agora estou diferente, já não penso que a minha vida é estúpida, penso “se calhar é melhor ir beber um chá e comer algo ligeiro para fazer bem a digestão”. Penso também no que comi na noite anterior. É uma questão de ter mais consideração pelos ritmos — podemos descobrir se somos pessoas com digestões lentas ou rápidas. E talvez não seja boa ideia comer algo dois minutos antes de irmos dormir: as pessoas podem testar por si próprias se têm pesadelos depois de comer algo pesado antes de ir dormir. Não gosto de dizer às pessoas para não comer nessas situações, mas para tentar perceber o que funciona.
(...)


Tem algum conselho para tratar melhor os nossos intestinos?
(...) O terceiro conselho passa por alimentar bem os bons micróbios."

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